Um dos principais temas abordados pelo marketing e pela publicidade sempre foi a busca pela felicidade. Foi daí que nasceu o marketing de nostalgia, que relaciona conquistas materiais, contratação de serviços, ou mesmo a posse de determinados produtos às boas lembranças do passado.
Essa estratégia se assemelha a muitas outras do marketing e da publicidade, que buscam oferecer ao consumidor um passaporte sem limites para a terra da felicidade.
Perfumes que nos deixam sexy e dão acesso às festas grandiosas; cigarros que nos elevam ao tão desejado estilo próprio; carros que atraem os olhares e a inveja de todos – sim, somos humanos e adoramos provocar aquela ponta de inveja no coleguinha.
Influencers de todas as idades promovem uma gama infinita de tudo-um-pouco.É o conceito do never enough, ou “nunca é o bastante”, que canaliza e retroalimenta nossos sonhos e nossa ambição.
Você tem um tênis seminovo bem bacana, mas é da coleção passada.
Moda, tecnologia, arquitetura, empresas de todos os segmentos conhecem o mapa do paraíso e ele, com certeza, passa pela sua carteira.
Aí veio a pandemia e, com ela, a necessidade de ressignificar o “ter”. Afinal, dinheiro não traz felicidade, mas manda buscar, e consumir nunca foi tão fácil com e-commerces e deliveries crescendo e globalizando nossas economias.
Mas e a pessoa que existe dentro de todo consumidor?
Foi no vazio que encontramos dentro do consumo desenfreado e insatisfatório que começamos a buscar significado, só que lá fora.
Não é mais uma mesa: são os pés palitos da década de 60. Não é mais um estilo de roupa: é a livre inspiração na década de 80. Voltamos a buscar no passado aquela felicidade capaz de preencher os buracos que o consumo não consegue tapar.
Consumidores buscam produtos, enquanto pessoas buscam significado. Foi tentando nos encontrar na roda viva da pandemia que redescobrimos a importância de existirmos para nós mesmo, sem termos que representar aquele papel que desfila pelas ruas. Ou ao menos deveria ter acontecido.
Uma estratégia conhecida como Marketing de Nostalgia
No marketing de nostalgia é criada uma “aura mágica” de significado em cada objeto, relacionando-o com sua infância e com os bons tempos da juventude. Através desse túnel do tempo reciclamos o significado de adquirir um produto.
Sim, estamos consumindo esmaltes com o nome de Algodão Doce, assistindo séries com temáticas de games e brinquedos antigos, usando roupas e assistindo filmes baseados nos heróis da nossa infância…
Estamos buscando aquela sensação de nos sentirmos em casa outra vez. Aquele lugar onde alguém nos abraça e diz que vai ficar tudo bem. Mesmo que essa sensação venha através do novo lançamento da Amazon… e as grandes empresas sabem que você também quer isso.
Mas, como tudo tem seu lado bom, precisamos lembrar que a busca pela nostalgia também nos ajudar a atravessar esse e outros períodos ruins. Nos dá força de querer algo melhor, de sermos mais produtivos, de descobrirmos nossos “superpoderes” esquecidos lá na infância.
Grandes poderes trazem grandes responsabilidades: lembrarmos de cuidarmos uns dos outros sempre vai ser a mensagem principal da nostalgia.
Então que sejamos mais nós mesmos, que sejamos felizes e cheios de empatia!