Ética na contratação: o respeito pelo profissional

Com o aumento das ações de comunicação e conteúdo na Internet, aumentou também a busca por ações comerciais, publicitárias e de reconhecimento de marca, o que pressionou os profissionais de comunicação e colocou em xeque a ética na contratação.

Como profissionais de comunicação, ficamos muito esperançosos com a futura recuperação do mercado, mas também temos acompanhado relatos de alguns profissionais que nos deixam bastante incomodados.

Então o texto de hoje será um chamado à ética, pois, seja qual for a situação, durante uma crise ou fora dela, os valores e respeito pelas pessoas e suas profissões não podem mudar.

Ética na contratação e a função de cada profissional

Ao contratar um profissional você está contratando não apenas um serviço, mas seus anos de estudo, seu conhecimento e, porque não dizer, o seu cérebro, seus braços e sua total dedicação às atividades exercidas em comum acordo com a empresa e a legislação vigente.

Um bom profissional se dedicará ao seu projeto e buscará compreender o seu negócio com a maior eficiência possível, porque ele também sabe que precisa de tudo isso para desempenhar um bom trabalho. Ele vai pensar na sua empresa e no seu mercado antes mesmo de trabalhar nas personas, na jornada do consumidor, no funil de vendas e em tudo aquilo que fará sua empresa vender mais e se destacar no mercado.

Mas esse mesmo profissional também precisa pagar suas contas, sua internet, os programas que utiliza no trabalho, o banco de imagens, enfim, todos os custos inerentes ao desempenho das suas atividades, tanto quanto de sua vida e cuidado pessoal.

Principalmente em tempos de home office forçado, como vivemos em 2020, gerado pela pandemia sanitária, que obriga o trabalhador a arcar com custos ainda maiores, antes relegados aos escritórios e empresas contratantes.

E o que temos observado de tão chocante a este respeito?

A “parceria” e o “amor ao trabalho” às avessas contra a ética na contratação

É comum vermos profissionais e até grandes empresas utilizando conceitos como “parceria”, “amor ao trabalho” e o famigerado “vestir a camisa” sem levar em consideração o real significado de uma contratação profissional.

Observamos empresas que buscam utilizar-se destes conceitos em busca de gratuidade no trabalho dos profissionais, sem respeitar a pessoa que está do outro lado.

Lá e cá surgem propostas estranhas no mercado, como: “crie um logotipo e, se eu gostar, eu te pago” ou “desenvolva o projeto e falaremos sobre pagamento quando houver resultado”, pior ainda, “vamos escrever uma matéria em parceria e você será nosso jornalista convidado”.

Pode parecer uma questão de causa e efeito, já que a crise vem restringir também o investimento para as empresas. Porém dentro desses “acordos” encontramos também remuneração deficiente, jornadas de trabalhos duplas ou triplas e até trabalhos sendo executados sem qualquer tipo de garantia de retorno e ética na contratação.

A divulgação mágica: o mundo da Internet e o ovo de Colombo

Existe ainda a questão da ansiedade versus o tempo investido: nenhum trabalho traz resultados imediatos. E todos estamos em busca de resultados nesses tempos de economia ruim e previsões de futuro difíceis.

Da mesmo forma que as empresas necessitam de vendas para cumprir suas obrigações, a pressão se derrama sobre os colaboradores e suas metas.

Um bom exemplo está no suor espremido das áreas comerciais e publicitárias durante períodos de crise.

Entendemos que existem casos de ações na Internet que levam as pessoas a enxergar a divulgação ideal como uma “fórmula mágica”. Como a exemplo, a floricultura do Brooklin ou da camisaria da Lapa, que “viralizaram” e converteram com muita rapidez.

Mas existem outros componentes nestas “histórias de sucesso”. Ações espontâneas são impressionantes, porém, no médio e longo prazos, o que importa é que as consultas continuem entrado e os produtos continuem saindo das gôndolas, mesmo depois da novidade terminar.

A explosão de resultados é desejável, mas um bom trabalho começa na sua base, com profissionais dedicados, interessados e bem paramentados.

O bom profissional sabe que, mesmo em tempos de crise, seu trabalho e sua formação devem ser valorizados. Já quem remunera não pode se aproveitar da crise para abusar do baixo custo na hora da contratação.

Um barco no oceano não atravessa a tempestade sozinho

Nosso pedido hoje é que todos coloquemos a mão na consciência. Estamos todos navegando a mesma tempestade e o seu barco não deve seguir viagem atropelando os demais.

Quando você convida um profissional para trabalhar com você, entende-se que, naquele momento, você o está convidando para fazer parte do seus sonhos, esperanças e sucesso profissional. Porém, a recíproca é verdadeira. Então é preciso respeito trocado e ética na contratação.

Ao profissional que irá se dedicar ao seu projeto, é preciso oferecer as condições e o ambiente adequados para exercer seu trabalho, o tempo para entender o seu negócio e buscar o melhor resultado das suas atividades, a remuneração adequada e acordada entre ambos, a segurança prevista na legislação, bem como o mesmo respeito que você e seus clientes buscam ao interagir com a sua marca.

Por isso acreditamos em parcerias, sim, na ajuda mútua para atravessar esses tempos difíceis, também. Mas, principalmente, na reciprocidade e atenção à legislação na hora de redigir um bom contrato de trabalho, garantindo o benefício de ambas partes.

Grandes poderes trazem grandes responsabilidades, já dizia tio Ben.

Mercados estão mudando e se desenvolvendo, mas que seja sempre com base na ética e no respeito.

Acompanhe o Blog da Agência.bit e saiba mais sobre o mercado da comunicação digital.

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