Como reconhecer e combater as fake news, o famigerado boato?

Em tempos de redes digitais multimídia e da portabilidade da comunicação, um mal que cresce assustadoramente é a disseminação de fake news.

Fake News – ou “notícias falsas” – não é um termo novo. Trata-se de uma expressão utilizada desde o século XIX, que se tornou popular na atualidade, principalmente dada a extensa utilização pelo atual presidente estadunidense, Donald Trump.

Fake news nada mais são do que o velho boato. Aquela expressão: quem conta um conto aumenta um ponto já foi muito romantizada pela sabedoria popular e pela literatura, alguns anos atrás.

Porém, convenhamos que, originalmente, lá pelos idos de 1801 e 1900, o problema era mais fácil de se contornar. Por ser transmitido via tradição oral, sendo o acesso às mídias – ainda analógicas! – muito limitado e reservado aos grandes centos, a velocidade com que a informação se propagava era lenta e gradual.

Tendo um número reduzido de informantes, o impacto dos boatos era restrito geograficamente e de curta duração.

As fake news na comunicação digital

Com o surgimento da comunicação digital, da expansão da telefonia e, principalmente, o advento da Internet e das redes sociais, a situação ficou exponencialmente mais complicada. Alguém recebe uma informação que considera pertinente e se sente na obrigação de informar os amigos, familiares, seguidores etc., imediatamente.

Boa parte das pessoas que são impactadas por essas notícias falsas farão sua parte em reencaminhar a informação aos demais. Após a disseminação em larga escala, dependemos do conhecimento e do senso crítico das pessoas para que as fake news não viralizem dentro desse amplo universo da comunicação digital.

Para contextualizar um pouco mais e aprendermos como identificá-las, vamos observar quais são as classificações mais comuns de fake news:

  1. Sátira ou paródia: sem intenção de fazer mal, mas com potencial para enganar ou ludibriar, geralmente utilizada com conotação humorística.

  2. Falsa conexão: quando as manchetes, fotos e legendas não condizem entre si ou com o conteúdo de uma notícia ou matéria. Conhece o famoso clickbait?

  3. Conteúdo enganoso: má utilização ou deturpação da informação para moldar um problema, situação ou um indivíduo. Por exemplo, chamar de “especialista” alguém que não possui formação sobre o conteúdo em questão.

  4. Contexto falso: quando o verdadeiro conteúdo é compartilhado juntamente com falsas informações contextuais, seja de localização, data do acontecimento etc. Como exemplo podemos citar matérias antigas ou desatualizadas sendo usadas para corroborar um fato atual com o qual não há conexão.

  5. Conteúdo impostor: quando as fontes verdadeiras são indicadas como interlocutoras de um conteúdo falso. Um exemplo clássico são aqueles textos supostamente escritos por personalidades que, na verdade, nunca o fizeram. O cineasta, jornalista e escritor, Arnaldo Jabor é uma grande vítima dos conteúdos impostores.

  6. Conteúdo manipulado: quando informação genuína ou imagens são manipuladas e distorcidas para enganar, como o exemplo de fotos adulteradas ou vídeos legendados propositalmente com o conteúdo errado.

  7. Conteúdo fabricado: quando o conteúdo produzido é 100% falso, projetado para enganar e/ou fazer mal.

Mas como saber se o que estamos divulgando é fake news ou não?

Vamos dar algumas dicas para que você não seja um agente propagador das fake news.

  1. Verifique a origem da notícia

E, neste caso, origem não é quem mandou para você, mas quem gerou a informação em primeiro lugar. Você pode facilmente verificar se um artigo retirado de um site ou jornal e publicado no WhatsApp foi, originalmente, publicado naquele veículo com uma simples consulta ao próprio site ou publicação.

  • Desconfie de uma mesma informação vinda de diversas fontes

No caso de arquivos em áudio, por exemplo, esta análise é mais complicada. Mas uma característica persistente das fake news é que, na maioria das vezes, você vai receber a mesma informação de diversas fontes e grupos. Fique atento e desconfie. O boato sempre se espalha mais rápido do que a notícia e é muito mais difícil de se comprovar.

  • Especialistas inacessíveis ou sem especialização

Outro ponto importante é checar a idoneidade de quem está transmitindo a informação. Em tempos de crise, a maior parte das informações vêm de pessoas que se autodenominam “especialistas” (médicos, cientistas, policiais, políticos, donos de empresas) ou até instituições renomadas, que talvez você não conheça. As notícias costumam ser alarmantes e difícil de serem checadas. Um bom exemplo são os supostos áudios de políticos ou donos de empresas relatando uma situação de crise alarmante. Em primeiro lugar, desconfie.

  • Confirme, confirme e confirme ANTES de divulgar!

Tudo depende de você: busque ao máximo a confirmação e a veracidade da informação, principalmente nos canais oficiais dos supostos “especialistas” e órgãos públicos. Caso não tenha certeza, evite passar o conteúdo para outras pessoas.

Em tempos de crise, o melhor remédio é a informação correta.

Agora, se você achar que a informação pode ser realmente importante – algo que possa influenciar a saúde ou bem estar de todos, por exemplo – busque validar através de órgãos oficiais, tais como: o site do Ministério da Saúde, as Secretarias de Saúde da sua região ou até órgãos internacionais, como a OMS (Organização Mundial da Saúde).

Mas, lembre-se: em caso de dúvidas o melhor é não repassar.

Seja um agente do bem!

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